quarta-feira, 21 de março de 2012

Medidas de Gestão do Risco Hidrometeorológico

Gestão do risco é um conceito que abrange a avaliação e a mitigação do risco e envolve métodos e procedimentos que incidem sobre a caracterização dos eventos perigosos, a análise de risco, a redução dos riscos e a resposta em situação de crise.
No caso da seca a ameaça tem como principais fatores a ausência de chuva e a ocorrência de temperaturas elevadas por períodos longos. Obviamente que sobre estas variáveis não se pode intervir ao nível de um país. Onde é possível intervir é sobre a vulnerabilidade dos sistemas de armazenamento e distribuição de água, designadamente albufeiras e aquíferos, dos usos e dos desperdícios, prevenindo e mitigando os efeitos da seca com medidas.

Redobre os cuidados com a POUPANÇA de água!

domingo, 4 de março de 2012

Gestão Cooperativa do Risco na Região da Macaronésia

Todas as ilhas são vulcânicas e mantêm entre si afinidades biológicas, geológicas e humanas. Estes espaços geográficos devido a condicionalismos e especificidades físicas, socioeconómicas e estruturais próprias e intrínsecas à insularidade, possuem um elevado grau de vulnerabilidade e exposição em relação aos desastres naturais.

Face a esta situação em 2007 foi criado pelo parlamento europeu um protocolo de cooperação territorial transnacional Madeira - Açores – Canárias, a fim de reforçar a gestão ambiental e a prevenção de riscos, a cooperação com países terceiros e articulação da Grande Vizinhança, e a assistência técnica. Saliente-se que os objectivos específicos inerentes a gestão de riscos são: a prevenção de riscos naturais: sísmicos, vulcânicos, marítimos, climáticos e outras catástrofes, gestão sustentável dos recursos hídricos, a energia e os resíduos, protecção e gestão de zonas costeiras e recursos marinhos, segurança marítima e costeira.

Neste contexto, s Municípios da Macaronésia estão apostados em investir em cartas de risco e Planos de Emergência Municipal, contribuindo assim para minimizar as lacunas existentes ao nível das organizações locais, no que toca à prevenção e resolução de situações de risco. Em 2010, no âmbito do projecto PREMUMAC - Preparação dos Municípios da Macaronésia para Situações de Catástrofe, foram definidas prioridades de intervenção neste domínio, com especial destaque para as seguintes situações referência:

• Diagnóstico das situações de risco nas diferentes autoridades locais participantes, a fim dos Municípios prepararem a promoção de estratégias de prevenção, de forma a atenuar essas mesmas situações.

• Procedimentos de actuação em caso de catástrofes através de planos de emergência, cartas de risco e planos de contingência, a fim de formar de chefias, técnicos e primeiros intervenientes em gestão de situações de risco.

O projecto baseia-se ainda em dois objectivos específicos: planeamento das actividades e criar uma cultural municipal de risco. Para tal, a partilha de experiências e de interesses entre as empresas locais vislumbram-se como essenciais na concretização desses objectivos, a par da implementação de treinos, de maneira a dotar os técnicos para o mapeamento dos municípios de risco, bem como criar um sistema de informação eficaz nos concelhos.
Riscos Naturais em Ambientes Insulares
Leitura e Reflexão
Daniel Márcio Fernandes Neves

As ilhas são de uma maneira geral muito vulneráveis aos desastre naturais, sobretudo devido às suas reduzidas dimensões às suas reduzidas dimensões geográficas, o que significa que os desastres atingem normalmente proporções devastadoras afectando todo o seu território, à sua localização, em algumas das áreas de maior perigosidade do planeta nomeadamente zonas de actividade vulcânica e sísmica muito intensa, zonas de ciclones tropicais, ou inclusive podendo ser afectadas drasticamente pela subida no nível médio das aguas do mar.

A sua vulnerabilidade depende não só do facto de se situarem em zonas de alta perigosidade mas também por dependerem muitas vezes de poucas e limitadas fontes de riqueza, normalmente a agricultura e o turismo. Dependendo a economia destes territórios de uma única cultura, as fontes de riqueza destas comunidades insulares podem ser severamente afectadas durante meses ou anos por uma catástrofe apenas.

Outra das características importantes da sua vulnerabilidade, sobretudo das ilhas menos desenvolvidas é a impossibilidade de se restabelecerem por meios próprios quando sujeitos a eventos catastróficos e dependerem da ajuda exterior. A fragilidade das suas economias e dos seus recursos impossibilitam muitas vezes o desenvolvimento e a implementação de estratégias e programas de minimização dos desastres naturais.
Um estudo efectuado pela UNDRO nos anos noventa e que classificou os países em função do impacto dos desastres naturais no seu PIB, mostrou que dos 25 países mais afectados por desastres naturais, 13 eram ilhas.

Em suma, ilhas são espaços geográficos que, devido a condicionalismos e especificidades físicas, socioeconómicas e estruturais próprias e intrínsecas à insularidade, possuem um elevado grau de vulnerabilidade e exposição em relação aos desastres naturais. Por conseguinte, os impactes causados por eventos catastróficos são mais notórios no desequilíbrio orçamental de uma economia insular e local, estando os seus decisores cada vez mais consciencializados e sensibilizados para esta temática torna-se fundamental compreensão dos procedimentos de integração da análise de risco em Modelos Territoriais e na definição de Opções Estratégicas de Base Territorial nos Planos de Ordenamento.